[O QUE APRENDI COM] Scarlett – E O Vento Levou…


O livro E o Vento Levou… (1936), da autora norte-americana Margaret Mitchell é um clássico da literatura, não só pela notoriedade conquistada pelo filme homônimo que praticamente todo mundo conhece (mesmo quem nunca assistiu de fato o longa), mas também pelo ótimo texto.

Para quem quiser compreender melhor a Guerra Civil norte-americana (1861-1865), do ponto de vista dos sulistas e também das mulheres, irá considerar a obra bem interessante. Uma das coisas que mais me agradou foi o fato de uma mulher escrever um livro na década de 30 sobre uma mulher forte que vivera em 1860, algo que parece estar em falta atualmente com personagens como Bella (Crepúsculo) e Anastasia (50 Tons de Cinza) que dependem o tempo todo de homens para salvá-las. Se na época de Scarlett isso era até compreensível, porque ela era limitada pela lei e sociedade de diversas formas, mas mesmo assim fazia de tudo para ser o mais independente possível, os exemplos que citei são livres e mesmo assim, se deixam dominar.

Veja algumas coisas que aprendi com Scarlett:

1. A importância da convicção – Se não somos convictos de quem somos e do que queremos, somos facilmente influenciados pelos outros, podendo, inclusive, fazer coisas contrárias ao nosso bem-estar. Assim, ter muita clareza do que esperar de nós mesmos, contribui para que sejamos coerentes e íntegros. Scarlett não é o melhor exemplo de virtude, mas, pelo menos, ela sabia o que queria e isso lhe conferia enorme poder.

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“Quando alguém me diz ‘não’…”

2. Ser prático às vezes é melhor que ser idealista – Scarlett sempre foi muito pragmática. Tanto que enquanto as outras pessoas defendiam a guerra por causa de ideologias, inclusive nas épocas em que evidentemente não havia recursos para ganhá-la e o povo todo passava fome, ela queria saber quando toda esta “tolice” terminaria para que ela pudesse logo retomar sua vida normal. É claro que não devemos perder nossos ideais, porém, não há como existir neste mundo apenas com ideias.

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3. Perdemos muito tempo com bobagens sem sentido – Existem várias situações nas quais os personagens deixam de se divertir, de viver, de prosperar por questões de etiqueta que nem mais faziam sentido na época, como uma moça viúva não poder usar (por anos) outra cor que não o negro, mesmo que fizesse calor e fosse desconfortável. Quantas bobagens como esta não nos impedem hoje de fazer o que queremos?

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“Você tem corrido atrás de um homem que não está apaixonado por você?”

4. Convenções da sociedade podem ser inúteis – Tenho visto muitas discussões sobre costumes anacrônicos ou infundados que permeiam nossa sociedade e que influenciam nossas vidas. Na época de Scarlett ela não podia falar o que pensava, nem se mostrar mais inteligente que os homens, nem rir alto, nem correr pois isso não era o que se esperava de uma dama. Mesmo vivendo no século XXI, ainda somos barrados por coisas muito pequenas, e que nos afastam de nossa essência, como as que ditam que homem não pode usar rosa, que uma mulher não pode ser mãe e sensual ao mesmo tempo, que um casal não pode ser feliz sem filhos, que todas as pessoas gordas obrigatoriamente tem que emagrecer a qualquer custo, etc.

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5. Um pedaço de chão para plantar pode ser mais valioso que dinheiro – Numa época de tanta especulação como agora, é de se pensar que ter um pedaço de chão ainda é mais seguro do que ter um milhão no banco. Neste sentido,o ser humano ainda busca por um lugar para chamar de casa, que possa ser um espelho de si mesmo. Em tempos de guerra, como no livro E o Vento Levou…, a fazenda de Scarlett era tudo de mais precioso que ela possuía. O dinheiro veio depois, apenas para ajudá-la a fazer suas terras prosperarem.

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6. Devemos ser quem somos, mesmo que saiamos do padrão vigente – Nem sempre é fácil assumirmos quem somos, porém, não há como mantermos uma máscara por toda uma vida, pois isso só gera sofrimento e não nos leva a lugar algum. Afinal, só podemos ser quem somos. A única coisa que devemos fazer é nos aprimorar e, para isso, não existe a necessidade de negarmos nossos traços mais particulares. Para falar a verdade, se formos autênticos, tornarmos-nos cada vez melhores será um processo simples e natural.

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7. Podemos receber ajuda e conselhos bons, mesmo de quem não gostamos – Scarlett teve uma amiga por toda a vida, a Melanie, porém, demorou muito para considerá-la como tal. Isso nos faz lembrar que somos ajudados por muita gente, direta e indiretamente, mas, porque não gostamos dessas pessoas, deixamos de ser gratos, o que é um erro. Não é porque um bom conselho veio de um fonte que consideramos indigna, que ele tenha menos valor.

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8. Quando a situação aperta temos que fazer o que for preciso para nos reerguemos – Scarlett era uma criança mimada, mas, quando passou fome, ela arou o campo, plantou, colheu, fez comida, administrou as contas, ficou embaixo de sol quente, sem reclamar. Se era o que tinha que ser feito, ela fez. Sem isso, tudo teria sucumbido e era preferível trabalhar duro a morrer de fome ou fazer papel de vítima.

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9. A esperança, realmente, é a última que morre – Tudo pode der errado, muitas e muitas vezes. De todo modo, isso não significa que não possamos continuar tentando. Afinal, enquanto estivermos vivos, existe chance de resolvermos nossos problemas e darmos a volta por cima.

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“Afinal de contas, amanhã é um novo dia!”

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